A partir das formulações teóricas de Nicolas Abraham e de Maria Torok, as investigações sobre a transmissão da vida psíquica através das sucessivas gerações conheceram uma renovação e um meio de aprofundamento. Os autores, que se dedicaram a compreender as ressonâncias do trauma, bem como as possibilidades de reconstrução da vida psíquica diante de seus efeitos devastadores, insistem sobre o fato de que nada pode ser abolido que não apareça, em gerações seguintes, como enigma ou como impensado. As novas configurações psicopatológicas propostas por eles - a cripta e o fantasma - articulam-se com suas elaborações sobre dimensão simbólica da experiência humana, privilegiando o, aspecto patológico da tansmissão que, em sua abordagem, origina-se da impossibilidade de simbolizar eventos vividos como traumáticos.