Em seu novo livro, Exu-Mulher e o matriarcado nagô: masculinização, demonização e tensões de gênero na formação dos candomblés, Claudia Alexandre traz um debate inédito para o estudo das tradições e religiosidades afro-brasileiras sobre o controverso orixá Exu. A obra é baseada na premiada tese de doutorado da autora eleita Melhor Tese do Ano pelo Programa de Ciência da Religião da PUC-SP e finalista do Prêmio Soter/Paulinas de Teses do Congresso Internacional da Soter (Sociedade de Teologia e Ciência da Religião), ficando em segundo lugar. Na Iorubalândia, alguns grupos realizam rituais específicos nos quais figuras de Exu masculina e feminina evidenciam as diferenças anatômicas do par: ele com falo desproporcional, apito e gorro; ela com seios e vulva demarcados e à mostra, jóias e, às vezes, acompanhada por uma figura que remete a uma criança. As imagens possuem penteados alongados, uma marca da identidade do orixá. Em certos lugares, Exu é cultuado exclusivamente por (...)