E pela segunda vez, Magali Moraes chega à Feira do Livro de Porto Alegre trazendo, desta vez, sua novela cronicada, como bem descreveu Luís Augusto Fischer. Quem nasceu para cintilante nunca chega a francesinha conta a trajetória de Marcela, uma mulher que, ao longo da narrativa, quer apenas realizar um desejo de mulher: fazer as unhas. Quem jamais passou pelos contratempos que Marcela teve de enfrentar para encontrar um tempo de chegar na manicure e ver suas unhas bem pintadas, não encontrará no texto afinidades com a personagem. Mas o contrário sim. E, se bem me lembro, como existem afinidades com tantas idas e voltas a um salão de beleza para encontrar, no aconchego das mãos de uma manicure, uma forma de tornar as mãos femininas lindas e apresentáveis. E é neste vai e vem que Magali descreve as agruras de Marcela num cenário rico em histórias paralelas e bem alinhavadas pelas circunstâncias e adversidades do tempo. Quem nasceu para cintilante nunca chega a francesinha poderia ser escrito em qualquer época, mas para a nossa sorte, foi escrita para as mulheres do século XXI. E para os homens que desejam entender um pouco mais das mulheres, quando elas desembestam em realizar um dos desejos mais femininos dos nossos tempos: apenas fazer as unhas. O final desta novela é simplesmente imprevisível. Leia e confira mais este lançamento da Editora Sulina. Vale lembrar que a obra que lançou Magali Moraes na literatura gaúcha foi Buffet, seu livro de crônicas que a tornou conhecida não só da mídia, mas de uma parcela significativa de leitores. A obra é, iclusive, finalista na categoria Crônicas do Prêmio Açorianos.