O Poder das Ervas na Sabedoria Popular e no Saber Científico é uma investigação sobre a cultura das ervas entre os moradores de um centro urbano como o Rio de Janeiro - em feiras livres de diferentes bairros, no Mercadão de Madureira e na favela de Vigário Geral - e revela um dos modos como a sociedade se relaciona com a natureza. Ao mesmo tempo, a autora, Fátima Branquinho, faz a relação entre as mesmas ervas e os produtos farmacológicos, mostrando o conhecimento popular usado na produção de remédios e questionando outros aspectos como a biopirataria e as Leis de Propriedade Industrial. As práticas de cura com as ervas estudadas - produto e resumo de intercâmbios, relações culturais e valores - têm no conceito de "química" das ervas sua expressão mais precisa na descrição dos entrevistados. A "química" das ervas implica o respeito a critérios de classificação e o seu papel de mediação entre a sociedade, a natureza e a "sobrenatureza", ou seja, o sobrenatural expresso na magia das rezas que, muitas vezes, acompanham um tratamento com ervas. É na "química" que se fundamenta todo o "poder" atribuído a elas por benzedeiras, erveiros e todos aqueles que tratam problemas "do corpo e/ou espirituais" com as ervas. A adoção dos conceitos de "naturezacultura" e de "rede sociotécnica", do filósofo francês Bruno Latour, fundamentais à sua produção teórica, permitiu o estabelecimento de uma relação entre os saberes popular e científico sobre as ervas, ligando, num mesmo fio, categorias próprias aos dois saberes: "axé", "química" das ervas, "princípio ativo" e "transgênicos". A autora, em um anexo no final do livro, ainda relaciona todas as ervas citadas pelos entrevistados, indicando, segundo o ponto de vista deles, quais os males que curam e os modos de usar. Este livro é uma investigação sobre o poder de cura das ervas na sabedoria popular e sua relação com o saber científico. As práticas de cura com as ervas estudadas têm no conceito de "química" das ervas sua expressão mais precisa na descrição dos entrevistados. É na "química" que se fundamenta todo o "poder" que lhes é atribuído por benzedeiras, erveiros e todos os que, no dia-a-dia, lidam com elas. A autora, Fátima Branquinho, liga, num mesmo fio, categorias próprias aos dois saberes: "axé", "química" das ervas, "princípio ativo" e "transgênicos". E, ainda, relaciona todas as ervas estudadas, indicando, de acordo com o ponto de vista dos entrevistados, os males que curam e os modos de usar.