ARQUEOLOGIAS CULINÁRIAS DA ÍNDIA é uma viagem gastronômica, histórica e cultural por terras hindus. Fernanda de Camargo-Moro é arqueóloga e há treze anos iniciou uma pesquisa que a levou diversas vezes à Índia, para estudar antigas rotas comerciais no Oriente. Mas a coleta de material que resultou neste livro começou bem antes, há mais de 30 anos, quando Fernanda foi pela primeira vez ao país e, imediatamente, se apaixonou por seus usos e costumes. A autora relata aqui pequenas histórias de suas experiências na Índia, dando atenção especial às especiarias, às comidas em que elas são usadas e nas receitas de alguns desses pratos. Em ARQUEOLOGIAS CULINÁRIAS DA ÍNDIA, Fernanda desce pela Costa do Malabar, berço da pimenta, do cardamomo, da canela, um dos primeiros lugares de mercados de troca de todas as especiarias, onde conviveram hindus, cristãos, judeus, gregos, romanos, chineses e árabes, e mostra que o marinheiro Simbad foi um mercador de especiarias e um grande incentivador de desenvolvimento cultural. A arqueóloga segue pela grande península, o Decão, entra em áreas islamizadas e hindus, sobe os Himalaias, encontra minorias e sua culinária transcultural, onde as especiarias grassam e participam de trocas em grandes mercados. Algumas receitas transcritas são provenientes de documentos antigos, outras chegaram através de tradições orais com adaptações mais modernas, e muitas foram tomadas diretamente das cozinhas de amigos e colegas. Durante suas várias estadas na Índia, Fernanda foi convidada para diversos casamentos e cerimônias e, muitas vezes, conseguiu ver todos esses tradicionais preparativos. Na costa do Malabar, ela visitou as plantações, as casas das etnias mais diversas. Em Goa, teve as portas sempre abertas apesar dos problemas de castas. O mesmo aconteceu no Kashmir, em incursões aos Himalaias, em Shimla, Kulu, Lahaul-Spiti e Darjiling, onde Fernanda teve contatos com os paharis, com os tibetanos, e com a herança do British Raj. O livro inclui, ainda, o Tibete, o Butão e o Nepal. Fernanda de Camargo-Moro nasceu no Rio de Janeiro em 1933. Historiadora, arqueóloga e museóloga, tem PhD em arqueologia e pós-doutorado em arqueologia ambiental. Professora titular da cadeira de Arqueologia da antiga Faculdade de Museologia do Museu Histórico Nacional, foi presidente do Conselho Municipal do Patrimônio Cultural do Rio de Janeiro, da Fundação Estadual de Museus do Rio de Janeiro e diretora do Mouseion. Foi presidente do Comitê Internacional de Arqueologia e História, consultora do Projeto Nações Unidas para Arqueologia Ambiental e ainda dirige a parte científica do Projeto Himalaia da Rede Internacional de Arqueologia Ambiental