A presente publicação põe em destaque o papel de Figueiredo Pimentel na definição de contornos, sensibilidades, modas e hábitos culturais da Belle Époque brasileira, no jornalismo e na literatura, incluindo seus romances naturalistas de escândalo, que testavam padrões de censura e tolerância, assim como anunciavam uma nova era mundana e cosmopolita na qual o sexo, nas brochuras baratas, nas casas de teatro e nas fitas dos cinematógrafos, aparecia como um produto de consumo. Figueiredo Pimentel desponta como um polígrafo capaz de atender ao gosto variado e expansivodo público leitor da Belle Époque.Ao encarar a escrita como uma atividade profissional – e não como uma vocação –, era capaz de publicar, ao mesmo tempo, Um canalha e Contos da Carochinha, ou seja, um romance naturalista para adultos, com personagens de comportamento “imoral”, e adaptações de contos infantis voltados para uma pedagogia da infância e da nascente cidadania republicana. Outras facetas dessa rica poligrafia – o poeta, o contista e o folhetinista – aguardam futuras investigações.Os Organizadores