Neste texto-corpo-manifesto-poético, Saru & Carol abrem-se, desalinham-se, cicatrizam-se. Com esse gesto, saram marcas que todes nós no corpo carregamos, todas nós em silêncio gritamos, todas nós no escuro escondemos. Recuperam memórias ancestrais dos seus corpos e se desfiam perante quem as lê ora cruas, secas, ora doces, leves, mas sempre vivamente desobedientes. É nessa desobediência, nessa insistência em não-se-conformar, não-se-calar, não-se-resignar que devemos ler este escrito. Saru & Carol me ensina(ra)m essa lou-cura que é desobedecer aos cânones estabelecidos por homens brancos cis velhos. Com elas, aprendi que devemos teimar em desalinhar, em desafiar e que é nesse grito-ação-de-revolta em que construímos o nosso amor-próprio, mãe de todos os outros amores. Saru & Carol me ensina(ra)m que essa desobediência é sustentada pela potência do amor. É uma desobediência corpórea, afetuosa. É uma desobediência que massageia, que penetra. É uma desobediência que pensa com os (...)