O trauma de sempre olhar para frente, ao mesmo tempo em que se cai no poço podre do incerto me faz ver o que quero faz tempo, de uma época que vivo, mas que não é minha. Este querer olhar pela janela é a faca que corta minha retina e o que vejo é a paisagem lá fora pintada com o sangue do olho da minha incerteza. Embora eu queira sair para caminhar por aquela rua, sei que não posso. Na verdade, talvez eu não queira, ou me fizeram não querer. Mas meu olho observa tudo, e aquela estranha escuridão silenciosa que vem daquela luz gelada esquarteja toda a minha coragem, que sangra intensamente, misturada às lágrimas de um passado remoto, um tanto uterino, ou aquele das velhas crenças da reencarnação.