Os artigos deste livro, o terceiro de uma série em que se examinam influências e práticas de linguagem da literatura, partem das ligações entre a atividade literária, as funções do intelectual e o panorama da atual crise social, decorrente das formas contemporâneas de reprodução do capitalismo e dos efeitos da globalização. Trata-se, assim, de examinar, de um lado, o papel social da literatura, ou seja, a sua relevância para além do prazer de sua fruição, e, de outro, os modos em que caminham os intelectuais e as formações sociais, sob o pano de fundo da suposta correspondência entre o desespero humano e a busca de soluções que o atenuem. Aprendemos a lidar com nossas esperanças e insatisfações? Encontramos coletivamente saídas para nossos impasses subjetivos? A ficção pode redefinir a realidade, cujos limites se revelam cada vez mais violentos e excludentes?