Este novo livro de Jaume Aurell é imprescindível para os estudiosos da História. O autor expõe todas as correntes historiográficas desde finais do século XIX até o presente, explica o seu método e apresenta seus protagonistas. Do que se trata? Ele explica que a historiografia começa com as obras pioneiras de Eduard Fueter e Herbert Butterfield. Em pleno século XX a história passa por uma transformação, e evolui desde os limites impostos pela disciplina até uma reflexão teórica interdisciplinar, apoiada no estudo das epistemologias e nas correntes intelectuais. Surge o resultado de um estudo cada vez mais sutil da história, porque os historiadores refletem sobre o contexto social, institucional e político. Foram os historiadores Georg G. Iggers, alemão, juntamente com o francês Charles O. Carbonell, os que deram esse impulso. Já o ponto de partida do pós-modernismo historiográfico é o livro que Hayden V. White publica em 1973, Meta-história. A imaginação histórica na Europa do século XIX. Trata-se, ao mesmo tempo, de um estudo da história intelectual; de um estudo de historiografia, cuja fonte principal são os textos históricos do século XX; e de um objeto historiográfico em si mesmo considerado. No panorama historiográfico atual crescem os debates sobre o relativismo histórico. Por exemplo, Claude Lévi-Strauss e Karl Popper consideraram que a história nunca é totalmente objetiva porque cada historiador possui um ponto de vista, e sua obra tem validade somente no tempo e para a cultura onde foi articulada. Para Jaume Aurell as coisas não são tão simples assim. Evidentemente, cada escola reflete a tradição e as condições culturais que a envolvem. O que ele não está de acordo é que o entorno seja o fator determinante do relato histórico. Entre o texto e o contexto existe uma relação de complementaridade, o que faz com que o texto adequadamente tratado afirme-se como instrumento irrenunciável para alcançar o conhecimento objetivo da história.