Nesta obra Hilary Putnam procura fazer justiça ao que ele chama de "relatividade conceptual" e à qual dá extrema importância. Segundo o autor, a relatividade conceptual consiste em que enquanto existe uma vertente de convencionalidade e uma vertente de facto em tudo o que se afirma ser verdadeiro, cai-se num irremediável erro filosófico se se comete "um sofisma de divisão" e se conclui que deve existir uma parte de verdade - a parte convencional - e uma outra parte que é a "parte factual". O corolário da relatividade conceptual de Putnam é a doutrina de que duas afirmações, que são incompatíveis, podem por vezes ser ambas verdadeiras. Nesta obra, o autor explica que, para si, a importância do debate sobre o realismo metafísico, o relativismo, o positivismo e o materialismo esteve sempre no facto que a posição de alguém na metafísica determina amplamente a posição que essa pessoa vai tomar em relação à natureza e estatuto dos "valores". Actualmente existem, ainda, correntes tradicionais que mantêm a "dicotomia facto/valor". Na segunda parte deste livro, o autor dedica os seus ensaios à ética e à estética. Ensaios de carácter largamente metafilosófico cujo objectivo é mostrar que a "dicotomia facto/valor" já não é convincente. Os ensaios reunidos nesta obra têm por missão mostrar que o realismo interno fornece não só uma visão teoricamente mais convincente, mas também uma forma mais humana de observar as diferenças de opinião a nível ético e estético. HILARY PUTNAM, doutor em Filosofia, lecciona na Universidade de Harvard onde é responsável pelo respectivo Departamento de Filosofia. Foi presidente da Associação Americana de Filosofia e é membro da Academia Americana de Artes e Ciências, bem como da Real Academia Britânica. Autor de vários livros entre os quais Renovar a Filosofia, já publicado pelo Instituto Piaget