Lançado em 1994, Os romeiros do Padre Cícero é muitas vezes descrito como um média-metragem de caráter didático. Interessante notar, contudo, outras leituras do filme. Daniel Bitter e Andréa Falcão trazem, neste livro-ensaio, uma descrição densa da obra, colaborando com estudos nas áreas de patrimônio, religião e rituais populares. Em contraste, a cineasta Ana Rieper expõe sua experiência pessoal de descoberta do filme através de aprendizados com seu diretor. Singulares ou gerais, os romeiros de Eduardo Coutinho reencontram, em sua culturalidade religiosa, pontos de ligação e conexão entre tradição e modernidade, realidade e ficção, sertão e cidade, história e tempo mítico, terreno e celestial, visível e invisível, ritual particular e coletivo.