Por toda a parte, podemos ver como a falta de caridade tem tornado o homem miserável, como originou um mundo desordenado e sem esperança. Os homens andam com um sabor amargo na boca. Podem dar o nome que quiserem à sua infelicidade; podem ou não diagnosticá-la corretamente, mas existe. E o nome que lhe dão mais freqüentemente é o de frustração. As estrelas movem-se nas suas órbitas e cumprem um fim que não escolheram: Deus escolheu-o para elas. Mas nós somos seres livres, capazes de escolher os nossos próprios objetivos. Se os escolhermos de acordo com o fim que Deus tem em vista, não encontraremos a frustração; se, por escolha nossa, nos afastarmos desse fim, entraremos infalivelmente num beco sem saída. É um poder de certo modo perigoso, porque nós, ao contrário dos outros seres, dispomos de meios para transtornar os planos de Deus. Como converter a amarga experiência das frustrações na paz, nessa paz que deve inundar-nos como um rio (Is 66, 12), serena e irresistível? Dorothy Dohen, professora da Fordham University, em Nova York, mostra-nos que o caminho para a paz passa por duas disposições que devem ser cultivadas como virtudes: o desprendimento, que nos torna disponíveis para amar a Deus; e a alegria, filha da caridade.