Enquanto símbolo do qual uma sociedade faz uso para falar de suas fantasias, o corpo não é feito apenas de carne, de natureza, mas também é moldado pela palavra, pela cultura. É por isso que A Instrumentalização do Corpo, iniciando sua incursão nessa temática a partir da Renascença, investiga os modos através dos quais o verbo científico e as técnicas a ele associadas isto é, os discursos, no sentido foucaultiano do termo contribuíram para a mutação gradual das representações do corpo e para a transformação deste em um instrumento racional. Inicialmente, num primeiro estrato, através da anatomia e da ginástica, o corpo deixará de ser feito pela mão divina ou da natureza, passando à condição de corpo artesanal, obra da mão humana.