Neste livro, o escritor maranhense Wilson Marques revisita a Amazônia ? reduto do povo guajajara, um dos maiores grupos indígenas do Brasil, que integra a grande família linguística tupi-guarani ? e recria algumas histórias do esperto quelônio, ainda correntes no caudaloso rio da tradição oral do Maranhão. A aposta do Jabuti com o Gambá, conto que inaugura a coletânea, traz a onça como adversário. O desafio é entrar e sair de uma árvore mágica, que abre e fecha sob o comando do Jabuti. O segundo conto, O Jabuti e o Veado, é clássico e figura em diversas coletâneas em versões muito parecidas. Em ambos, o Veado é derrotado pelo lento Jabuti, que espalha outros de sua espécie pelo trajeto. O tradicionalíssimo conto da festa no céu reaparece sob o título O Jabuti vai à festa do Urubu. O grande achado dessa versão é que nela figura, além do Jabuti, o Sapo, situação bastante incomum. No conto seguinte, O Jabuti e a Onça, esta é a adversária do Jabuti no clássico duelo da esperteza contra a força bruta. O Jabuti, a Onça e os anajás dialoga com o conto O Cágado e a fruta, colhido em Sergipe por Sílvio Romero, com diferenças sutis. Mais uma vez, a esperteza do Jabuti engana a Onça, que quer devorá-lo. No último conto, O casamento do Jabuti com a Mucura, repete-se o clássico duelo da esperteza contra a força bruta.