Este livro tem como objeto de análise a unidade comunicação/espaço/cultura e estuda como são superadas as características do espaço enquanto simples suporte e como ele se transforma em espacialidades que caracterizam diversos processos interativos. Dessa forma, as espacialidades constituem vetor básico para a caracterização comunicativa de veículos gráficos, audiovisuais ou digitais e interferem na emergência de fluxos sociais e culturais que atingem antigas manifestações da cultura ocidental até as dinâmicas globais e locais que caracterizaram as últimas décadas do século XX, até nossos dias. Estuda, empírica e teoricamente, a tradução do espaço quando se transforma em espacialidades mediativas. Essa tradução nasce no Renascimento, se desenvolve nas dobras barrocas para atingir outros padrões na complexa realidade do espaço social urbano. Observando que aquela tradução ocorre nas transformações da relação entre o tempo e o espaço e no modo como gera outras categorias mediativas que ultrapassam a simples sociabilidde face a face, encontramos manifestações daquelas traduções na diagramação da imprensa e da publicidade, na montagem presente na fotografia, no cinema, na televisão e no audiovisual e no amplo diálogo cultural que atinge o ciberespaço. A compressão espaço/tempo coloca novos desafios para a pesquisa que procura definir paradigmas que permitam entender, analisar e interpretar como as estruturas comunicativas mundializadas constroem/destroem/reconstroem a cultura do tempo e do espaço assumida pela tradição e se apresenta como desafio que impõe a consideração de outros parâmetros analíticos e conceituais que angem não só as espacialidades, mas também a própria comunicação.