Um cafe na Brigadeiro Franco. Eu e o De Angelis. Ele me fala do livro que esta aprontando: este que o leitor tem agora em maos. Me mostra uns poemas, diz que gostaria que eu escrevesse algumas palavras. Passaram-se meses, um, dois anos. Nos cruzamos muitas vezes. Mas nao tocamos mais no assunto, porque ele, perfeccionista, estava sempre burilando seus versos. Ai veio o destino e o levou para outras plagas. Quase um ano depois, uma bela tarde, Salvio, nosso editor, me liga. Ele diz que no arquivo onde encontraram os originais de Cidade de Curitibas estava uma observacao sobre eu escrever alguma coisa. Entao, tai, mano velho, estas poucas palavras. Queria que fosse em outras circunstancias, entre um copo e outro, num cafe, num boteco. Mas nao deu. Nao da pra discutir com o destino. Toma estas palavras entao como um forte abraco. A poesia segue viva. Otto Leopoldo Winck