Com uma peculiar capacidade de empatia com as suas personagens, Jacquelyn Mitchard sabe despertar em nós uma sutilíssima gama de estados de alma. Em Rua da Desilusão, um romance de grande intensidade psicológica, a autora cria figuras inesquecíveis, perdidas no ambiente familiar, no universo das delicadas relações marido-mulher-filhos. Tudo em torno de Julieanne Gillis, que assina uma coluna semanal em um diário de Wisconsin. Todos os domingos, “Excesso de Bagagem” responde a questões pessoais dos leitores, que chegam à sua casa sob a forma de intermináveis pilhas de cartas. No que diz respeito à própria vida, entretanto, Julieanne parece desorientada. Ao longo de vinte anos, ela procurou manter o casamento com Leo em uma perfeita união, sempre regulada pela harmonia e tranqüilidade. Quando encontra uma mala feita no meio da sala, acompanhada pela lacônica declaração “Querida, preciso de um tempo”, Julie vê o chão se abrir a seus pés. “É temporário, não se preocupe.”Mas logo fica claro que a ausência do companheiro (e pai de seus filhos) é definitiva. Julie se vê então abandonada, sozinha, e única responsável pela criação dos adolescentes Gabe e Caroline e da recém-nascida Aury. Os meses seguintes são repletos de lamentos e desencontros, que colocam a família em uma gangorra emocional. A situação piora quando Julie recebe a notícia de que carrega uma grave doença. À medida que os resquícios da vida familiar ao lado de Leo são relegados ao passado, Julie tem a certeza de que ela e os filhos precisam continuar navegando em meio aos entraves da vida. Com ajuda dos sogros e de uma grande amiga, ela consegue levar a família a terra firme, a encontrar uma nova definição para a palavra “lar”.