Passados 12 anos da primeira edição desta obra, a tese que Ligia Osorio defende no livro está absolutamente confirmada pelos fatos. Nem a eleição de um presidente de origem popular, que fez sua carreira política prometendo a reforma agrária, foi capaz de vencer a barreira do conservadorismo. O método usado atualmente para burlar a norma constitucional que estabelece o compromisso do Estado brasileiro com a reforma agrária é o mesmo retratado pela autora em relação à Lei de Terras de 1850: "a lei acata-se, mas não se cumpre". Novamente a falta de institucionalização da propriedade fundiária, apontada claramente por Ligia, servirá para que os poderosos se apossem das terras que ainda estiverem em mãos de pequenos agricultores, posseiros, quilombolas e indígenas. Basta que elas estejam em áreas de interesse do grande agronegócio. (Plínio de Arruda Sampaio)