Citar um excerto da primeira das Teses sobre Feuerbach (1845) parece-nos oportuno para introduzir este livro. A principal insuficiência de todo o materialismo até aos nossos dias inclusive o de Feuerbach é que as coisas, a realidade, o mundo sensível são tomados apenas sob a forma do objeto [des Objekts] ou da contemplação [Anschauung]; mas não como atividade sensível, humana, práxis, não subjetivamente. Por isso aconteceu que o lado ativo foi desenvolvido, em oposição ao materialismo, pelo idealismo mas apenas abstratamente, pois que o idealismo naturalmente não conhece a atividade sensível, real, como tal. Nesta dupla crítica filosófica, por um lado ao Materialismo de tipo mecanicista com diversas facetas, inclusive a mais elaborada, de Ludwig Feuerbach, e, por outro, ao Idealismo Alemão, encarnado de maneira insofismável na filosofia de Georg Wilhelm Friedrich Hegel, Marx define as linhas de força de seu próprio filosofar. Certamente não terá escapado às leitoras e aos leitores(...)