Escrito há cerca de quinhentos anos, estes Sonetos luxuriosos, de Pietro Aretino, o mais despudorado dos poetas italianos, amado e odiado por sua franqueza, ganham nova edição pelo selo Má Companhia. Tradução e introdução de José Paulo Paes.Pietro Aretino, filho de um sapateiro, contemporâneo de Leonardo da Vinci e Michelangelo, viveu como um dos homens mais livres do seu tempo. Sem papas na língua, satirizou os poderosos e a nobreza com tal vigor que era chamado de "o flagelo dos príncipes". Tinha, por outro lado, a admiração de personalidades como o papa Leão X. Honrado também como o maior poeta italiano de seu tempo, escreveu obras-primas como os Diálogos amenos e estes "Sonetos Luxuriosos". Escritos por volta de 1525, os Sonetos foram publicados postumamente e tiveram até hoje poucas edições italianas. A clandestinidade a que foram condenados rompeu-se no começo deste século, com a tradução francesa de Apollinaire (apenas dezesseis sonetos). Esta tradução do poeta e ensaísta José Paulo Paes é a primeira que se fez para a língua portuguesa.