O Brasil não é mais um país cuja religiosidade pode ser medida pelo número de católicos. A chegada das igrejas protestantes, a ascensão do espiritismo, a influência crescente das igrejas pentecostais foram alguns dos motivos que tiraram a igreja catóA virada para o século XX marcou uma guinada radical na vida religiosa da sociedade brasileira. Em "As Figuras do Sagrado", a autora revela as transformações que essa transição provocou no país, especialmente com o avanço de novas religiões, o que acabou criando um comércio próprio e peculiar - o mercado de bens de salvação. Nesse contexto, coube aos líderes religiosos estruturar suas instituições de acordo com a lógica das organizações e dos fenômenos culturais de massa. Além disso, graças a meios de comunicação como o rádio e a televisão, outras formas de persuasão social foram incorporadas, fazendo da prática religiosa contemporânea um grande espetáculo pós-moderno. Este ensaio faz uma ampla análise sobre as nuances da relação entre o público e o privado na religiosidade brasileira, referindo-se às principais religiões do país e suas especificidades.