Chega às livrarias em 2012 a caixa com os quatro volumes do Livro das mil e uma noites, pela primeira vez traduzido direto do árabe. O primeiro volume traz as 170 primeiras noites, com introdução de Mamede Mustafa Jarouche. Nela, o tradutor conta a história das supostas fontes em persa e sânscrito que teriam sido a base para a obra. Esta edição apresenta notas sobre aspectos linguísticos ou que explicam o cotejo entre manuscritos e edições árabes, além de anexos, com traduções de passagens do livro que possuem mais de uma redação, e que servem de elementos de comparação para o leitor interessado na história da constituição do Livro das mil e uma noites. O segundo volume completa a tradução do que, segundo convenção da crítica filológica, é chamado de "ramo sírio". O ramo sírio é constituído pelos manuscritos que foram copiados, dos séculos XIV ao XVIII, na região árabe-asiática do Levante - que corresponde ao Líbano, Síria e Palestina. O terceiro volume, segundo as fontes originais, inicia o que se chama de "ramo egípcio" das histórias, sua parte mais tardia (além de variações comparativas apresentadas em anexo). O livro conta, ainda, com nota introdutória e posfácio a cargo do tradutor, com indicações das fontes. O quarto e último volume, enriquecido com notas e apêndices que ajudam a compreender a gênese e os aspectos mais complexos do texto, contém a versão original dos textos Aladim e Ali Babá. Nas palavras do escritor Alberto Mussa, a tradução "tem o mérito de recuperar todo o sabor do original, livrá-lo de todas as censuras, restituir sua sabedoria, sua licensiosidade e, principalmente, o seu bom-humor".