Normalmente, todo o conteúdo do Alcorão é atribuído a Maomé, sem exceção. Pohlmann, neste livro, mostra que isso não é obrigatoriamente verdade. Em primeiro lugar, ele expõe o estado atual dos estudos corânicos e, em seguida, apresenta um panorama dos métodos histórico-críticos da exegese bíblica. Atualmente é comum nas ciências bíblicas indagar, com imparcialidade, sobre a autoria e a época da gênese de escritos bíblicos a partir de análises histórico-críticas dos textos; mas a coerente aplicação desses métodos para o Alcorão é ainda uma raridade. Pohlmann emprega-os a extensas passagens do Alcorão e chega à conclusão de que, após a morte de Maomé, ocorreu não só uma fase de compilação e organização de sua pregação, mas também foram efetuadas, ao menos em parte, alterações e complementações de conteúdo.