O presente livro trata do pensamento latino-americano e é animado por um desejo continentalista, ou seja, por um desejo de construir o pensamento latino-americano como totalidade. Nesta perspectiva não há fundamentalismos nem ortodoxias, mas sim algo que é mais frágil, por um lado, e mais forte, por outro, um afã de identidade. A identidade é um fato, um objetivo e um direito, mas não é algo óbvio e nem unívoco. Quando se escreve sobre a construção de um pensamento latino-americano não se deve ler como se se tratasse de um manifesto ou algo semelhante. Trata-se de uma vaga inspiração de uma cultura que, em parte consciente e em parte não, vai constituindo um discurso, mais da forma da abelha do que de um arquiteto.