O horror das linhas de combate, porém, acabou por eclipsar todo um universo de flagelos. Enquanto combatentes morriam nas batalhas mesmo tendo havido uma trégua no Natal de 1914, em que os adversários confraternizaram disputando uma partida de futebol, um momento inusitado de paz no meio da guerra , civis da França e da Bélgica ocupadas sofriam também as mais terríveis privações e violências. Assassinatos, torturas, roubos, estupros, deportações. Trabalhos forçados, destruição de livros e de obras de arte, distúrbios sociais, a desmontagem das empresas industriais e o infligir de contribuições exorbitantes. As populações ocupadas sofreram, também elas, as muitas facetas da barbárie e não só devido à fúria dos invasores -, vivendo um trauma que, apesar de tudo, acabou caindo numa espécie de esquecimento.