O que os autores deste belo livro sobre A Vida como Potência nos vem mostrar é que, em se tratando da vida - seu conceito expresso por meio de uma palavra tão cara e complicada hoje em dia - temos um grande problema filosófico a resolver. Um problema que permite questionar o nosso tempo e as formas de pensamento que tentam interpretá-lo levando-nos a rever o sentido das verdades absolutas com que facilmente se comprazem os donos do poder. Assim, os autores nos colocam diante do problema da biopolítica, o problema deflagrado por Foucault (pensador situado historicamente entre Nietzsche e Agamben) como o cálculo que o poder faz sobre a vida, para que possamos pensar as formas de vida e o benjaminiano problema da vida nua num contexto em que está em jogo muito mais a economia da vida do que a potência de um sentido relativamente a ela. Como livro engajado, apesar de crítico e analítico, o que vemos é a tentativa de uma ponte entre o pensamento e a realidade que permita uma reflexão concreta que nos leve para além da entorpecente “ansiedade vital” de que sofremos em nossa época.