... neste livro, partimos do pressuposto que o ato de ler e de ensinar a ler exige uma disponibilidade essencial para encontrar e/ou dar vida às palavras. Ou seja, embora o ato da leitura exija que o leitor dialogue com textos presentes circulantes na sociedade atual e com aqueles que pertencem a nossa herança cultural, ela não pode constituir-se em um monumento intimidador, enfadonho seja para o professor que ensina, seja para o aluno que aprende. Se o professor impõe o comportamento que o aluno deve ter para ler, o bom jeito de ler, se o aluno se submete à autoridade de um texto, encarando-o como algo que lhe é imposto e sobre o que deve prestar contas, são poucas as possibilidades da leitura entrar no seu horizonte de possibilidades como uma experiência de vida e para a vida (Petit 2009, p. 48).