A oração é sempre seguida de um resultado, desde que seja feita em condições convenientes. Porque na oração sempre se tem alguma coisa para se aprender. No entanto, o orar é considerado pelos homens modernos como um hábito que caiu em desuso, uma vã superstição. Por isso ignoramos quase por completo os seus efeitos. Quais são de fato, as causas dessa ignorância? Em primeiro lugar, a raridade da oração. O sentido do sagrado está prestes a desaparecer entre os civilizados, sendo provável que o número de pessoas que oram não vai além de 4 ou 5 por cento da humanidade. Depois, a oração é muitas vezes estéril, visto que a maior parte daqueles que oram são egoístas, mentirosos, orgulhosos e fariseus incapazes de Fé e de Amor. Por isso, os efeitos da oração, quando chegam a produzir, escapam-nos muitas vezes. A resposta aos nossos pedidos e ao vosso amor é dada usualmente por uma forma lenta, insensível e quase inaudível. A débil voz que murmura essa resposta no mais intimo de nós é facilmente abafada pelos ruídos do mundo, e os próprios resultados materiais da oração são obscuros, pois se confundem geralmente com os outros fenômenos. Poucas pessoas, mesmo entre os padres, têm tido ocasião de os 'observar por uma forma precisa; por falta de interesse, deixam muitas vezes sem estudo certos casos, que se encontram ao seu alcance. Por outro lado, os observadores ficam muitas vezes desnorteados pelo fato de que a resposta está, em muitos casos, longe de ser aquela que se esperava. Assim, aquele que implora a cura de uma doença orgânica continua doente, mas sofre uma profunda e inexplicável transformação moral. No entanto o hábito da oração, embora seja uma exce-ção no conjunto da população é relativamente freqüente nos agrupamentos que se mantêm fiéis à religião dos antepassados.