Vivemos numa era de profundas mudanças. A sociedade científica e tecnológica já mudou a vida, a nossa inserção na natureza e no próprio processo de nossa evolução genética, mas o modo de pensarmos a vida em sociedade não. Nossas instituições, nossas escolas, nossas universidades, o nosso falido Estado, o nosso velho mercado, a nossa economia e a nossa arcaica forma de acessarmos a renda social pelo trabalho, continuam quase intactas e sólidas a gemer em crise, como se nada tivesse de muito novo acontecido desde o Renascimento que gerou a moderna vida em sociedade. O rápido século XX desbancou não apenas as instituições, mas o velho paradigma moderno da ciência. Desbancamos o velho modo de conhecermos as coisas e nos relacionarmos com o mundo. No entanto, nossa maneira de entendermos a sociedade continuou marcadamente presa ao moderno mundo industrial e cada vez menos permite compreendermos e explicarmos o mundo em que acontecemos. O nosso mundo. A teoria da sociedade simbiogênica é um esforço que se soma à obra de outros vários cientistas sociais. Muitos são físicos, cientistas da moderna informação computacional, cientistas da vida e da mente, que já descobriram que todas as ciências, diferentemente do que legisla oficialmente o macroparadigma moderno da ciência, são sociais. Ou seja, cada pensamento, por mais "não humano" que possa parecer, é uma parte endógena integrada a uma complexa simbiose também na vida social. A sociedade mudou, está na hora de mudarmos radicalmente o próprio modo de pensá-la.