Em Rabiscos ou Rabanetes, Sylvia Orthof contrapõe o mundo da criança, em que tudo é possível, até voar com uma gaivota de papel O menino dobrou o papel e fez uma gaivota. Atirou a gaivota para o céu, mas, na hora de atirar, deu um impulso tão grande, que foi junto. E o mundo dos adultos, em que as coisas são como devem ser, ou melhor, como o adulto acha que devam ser. A senhora gosta mais de rabanetes do que de ouro? Não, eu gosto mais de ouro do que de rabanetes... mas não posso pagar o preço de ouro por simples rabanetes, entendeu? Por isso, comprei todos os rabanetes antes que subissem de preço, entendeu? O diálogo, sensível e bem-humorado, instaurado com o leitor convida-o a soltar a imaginação, a deixar que a fantasia o leve aonde ele queira ir. Assim, Sylvia Orthof permite que a criança projete sobre o que lê sua vivência, seus desejos, seus temores e, como numa catarse, libere sentimentos, amenize ansiedade, enfim, trabalhe dificuldades ou, simplesmente, libere criatividade.