Existem livros excelentes que oferecem muito mais conteúdo do que prometem no título. Este é um deles. Não se trata apenas de uma reflexão clara, profunda e baseada em novas evidências sobre as origens, desenvolvimento e desafios no Brasil de um dos conceitos centrais da saúde pública: a Atenção Primária à Saúde (APS). Além disso, contribui para a história da saúde pública durante o século XX no país e no início do próximo século e sugere novas abordagens. Essas perspectivas inovadoras podem ser resumidas em duas. Em primeiro lugar, considere a APS como um processo de longo prazo e não como uma derivação da conhecida conferência internacional realizada em 1978 em Alma Ata. Uma segunda perspectiva que brilha neste trabalho é a avaliação da recepção, adaptação e iniciativas para compreender a dinâmica de um processo contraditório repleto de avanços e retrocessos como a evolução da APS brasileira. — Marcos Cueto (Editor de História, Ciências, Saúde – Manguinhos)