A comunidade científica de Gestão Social, recente no Brasil se comparada às comunidades científicas de Administração Pública e de Políticas Públicas, surge nos anos 2000 [...]. Sua institucionalização acadêmica nos últimos 10 anos [...] englobando suas interfaces com a Gestão Pública, postaram a GS como um campo de saber em construção voltado para os estudos sociopolíticos de organizações e interorganizações a partir de uma orientação sociocêntrica. É, exatamente, após esse ciclo de institucionalização da Gestão Social que se faz necessário estimular as reflexões sobre o seus avanços e desafios. Passadas quase duas décadas de edificação do conceito, decomposta em duas gerações de obras/publicações sobre a temática, abre-se uma nova fase do campo em direção a depuração dos seus aportes teóricos. Isto é, a Gestão Social adentra em uma etapa inexorável de busca da uniformização de seu marco teórico e de consolidação de uma epistemologia. Essa visão de futuro requer o desenvolvimento de balanços de grande profundidade sobre o campo da Gestão Social e, inegavelmente, este livro que ora prefacio é um dos primeiros trabalhos (senão o pioneiro) com esse intento, inaugurando as obras de terceira geração sobre o assunto. Em suma, eis uma obra de grande fôlego e imensa contribuição para o mote de demarcar os contornos e tencionar referenciais teóricos específicos para a Gestão Social ou, como aventa o subtítulo do livro, perseguir de modo mais incisivo um paradigma epistemológico para o campo. Assim, parabenizo os autores que, no decorrer dos seis capítulos desta edição, completam duas tarefas de enorme envergadura: por um lado, pavimentam o caminho trilhado pela Gestão Social até então; por outro lado, projetam novos rumos e indicam algumas possibilidades de percursos para a constância da construção do campo. Prof. Fernando de Souza Coelho - EACH/USP