Descrever e interpretar os meandros da construção literária do sudoeste goiano, cruzando biografias e obras, eis o desafio primeiro desta obra, em que a autora discute a importância do espaço como lócus da experiência e da construção de narrativas. Os escritores analisados na obra se revelam artífices da memória social do lugar, onde se encontram enraizados, afetiva e intelectualmente, a despeito de seus estilos particulares e de distâncias geracionais. Não por acaso, Basileu Toledo França, Maria Eloá, Binômino da Costa Lima e Filadelfo Borges alguns dos escritores tratados são conhecidos como memórias ambulantes, pois lembram (e guardam) nomes e histórias. E, à medida que o fazem, constroem simbolicamente a região a que pertencem, dotando-a de caráter próprio. Mais que isso, este estudo revela que é no interior da região que as obras circulam, convertendo-se, elas próprias, em testemunhos e patrimônio; é o que mostram, por exemplo, os livros sobre a região, valorizados em cerimônias de lançamentos e expostos nas vitrines dos museus locais, sempre reverenciados pela sociedade da região.