Há algo de psicotrópico em Acordados, primeiro romance da poeta paulistana Ana Rüsche [1]. A sensação de miragem começa antes mesmo da leitura, quando, buscando pelo título, o leitor passa da imobilidade do corpo nu retratado na primeira capa, que lhe dá as costas enquanto contempla as luzes noturnas de uma metrópole, para o movimento desafiador na quarta capa, que revela o resto do corpo e facetas de um mesmo rosto num balanço perigoso.