Fotografia e viagem não é um livro sobre a história da fotografia e seus conceitos. Nele não encontramos apenas uma descrição periodizada de estilos, mas fundamentalmente uma reflexão sobre a presença da fotografia no pensamento e arte contemporâneos. Visto que a história dos meios e suportes é marcada por miscigenações e assimilações, onde um não ultrapassa o outro, apenas coexistem, não seria possível dar linearidade às manifestações da arte fotográfica. Para entender as singularidades de movimentos como purismo e fotografia composta, é necessário apagar as tradicionais fronteiras entre as funções da fotografia. A viagem de Fatorelli está justamente aí: caminhar pelos estilos sem tentar aprisioná-los no tempo, ciente de que estão em um mesmo território - uma rede cultural complexa. Por isso, ignorar as mudanças históricas, seria ignorar o que pode ajudar na compreensão do fazer fotográfico na atualidade.Para tal reflexão, Fatorelli revisa os períodos que considera responsáveis por rupturas nos modelos de subjetividade e visualidade. São eles: 1870/80, 1920/30 e 1980/90, no qual artistas como Emerson, Robinson, Stieglitz, Man Ray, Meyerowitz, Fleischer e José Oiticica Filho eternizaram suas obras.