Nos capítulos iniciais de Anna Karénina, somos conduzidos, uma e outra vez, a um sentido de analogia musical. Há efeitos de contraponto e harmonia no desenvolvimento das principais tramas do "prelúdio Oblonski" (o acidente na estação ferroviária, a zombadora discussão sobre o divórcio entre Vronski e a baronesa Chilton, o deslumbramento do fogo vermelho diante dos olhos de Anna). O método de Tolstoi é Polifónico; mas as harmonias principais desenvolvem-se com uma tremenda força e amplitude. As técninas musicais e linguísticas não podem comparar-se de um modo exacto. Mas como poderíamos elucidar de outro modo o sentimento de que as novelas de Tolstoi surgem de um princípio interior de ordem e vitalidade, enquanto as dos escritores menos importantes parecem alinhavadas.