Houve um tempo em que os ogros eram pessoas como nós. Mas eles faziam coisas esquisitas. Comiam porcas e parafusos no café da manhã, paus e pedras no almoço e, no jantar, a pança estava tão cheia que eles iam direto para a cama. Tempos depois, já grandes e malcriados, eles ainda queriam ser como as pessoas passear no jardim, ver o pôr do sol, brincar. Mas ao fazer isso, pisoteavam as flores, sopravam fuligem no céu e assustavam as crianças. Diante do medo, a melhor solução parecia ser caçá-los, capturá-los, prendê-los, com a ajuda de corporações que prometiam transformar o problema em oportunidade. Foi assim que os ogros, então domesticados, passaram a servir os humanos.