Soraia Maria Silva descreve aqui o processo de construção de doze solos coreográficos do espetáculo de mesmo nome, desenvolvido a partir das famosas esculturas dos profetas bíblicos feitas por Aleijadinho, marco de excelência do Barroco mineiro. A concepção e os princípios estéticos adotados aproximam a dança de outras artes, como nos trabalhos de Noverre, Isadora Duncan e Pina Bausch, entre outros. Empregando as teorias de Rudolf Laban, a coreógrafa e bailarina desenvolveu uma metodologia de trabalho em que os profetas são personagens a serem moldados por meio do estudo de sua expressividade emocional. O componente barroco presente no pensamento de Laban (dualismo, oposições em movimento) e sua gramática do movimento expressivo são a via de comunicação entre os universos da escultura e da dança.Aqui, está a história de um espetáculo de dança no qual os profetas do Aleijadinho, instalados no adro da catedral de Congonhas, Minas Gerais, são postos em movimento. A autora, dançarina e coreógrafa, vale-se de princípios que aproximam a dança de outras artes. Para solucionar o difícil problema técnico decorrente da transposição, ela desenvolve uma metodologia especial de observação-transposição (das esculturas para a dança do espetáculo Profetas em Movimento).