Fazendo uma lata de locomotiva e caixas de papelão como vagões, Moussa leva seus passageiros por uma jornada que começa pelo fio que sai de sua casa e cruza a savana em direção a outro povoado, onde escuta as emocionantes histórias de seu avô, debaixo de um baobá. De lá, percorre a selva de volta para casa. O personagem conduz seu trem por diferentes paisagens africanas, casas e pessoas que povoam sua memória - e sua vida. A beleza desses lugares é ressaltada pelas pinturas de Emilio Urberuaga, que mostram também a suave passagem do dia. Vencedor do importante Premio Hospital Sant Joan de Déu, da Catalunha, e traduzido direto do catalão, Dois fios se revela um livro internacional: temática africana, autores europeus e um universo muito parecido com o sertão brasileiro. Nas palavras de Heloisa Buarque de Hollanda, um livro que possui a "segurança e a aventura, o real e a fantasia, num zigue-zague de idas e vindas".