Este jeito de usar as palavras ruidosas exige um atencionar não domesticado do corpo, seja do que escreve, seja do que reescreve através do cuidado que chamamos de leitura. Pegue seus olhos pelas pernas e caminhe por estes encantamentos, colocando reparo nas intenções que montam os equívocos e os encontros que Cintia Luando nos coloca, ao observar lucidamente as contradições ancestrais ou os mitos herdados expostas nos traços mais involuntários que sustentam as nossas imagens de amor, de solidão, de gozo, de dor Enfim, disso que penso que é o estar em revolução contínua. Luando mostra destreza pertinente a quem olha a poesia como esforço, como forma digna de diálogo entre amigas/os, sejam conhecidas/os ou não. Ao coser a beleza com confiança na coragem das próprias palavras e do cheiro próprio das imagens, a autora evidencia os nervos das suas raízes, o tutano das suas referências, ou seja, sua capacidade de sustentar a força latina que sua voz traz ao mundo. [...]