Barulhos reúne a produção poética de Ferreira Gullar entre 1980 e 1987, comemorando mais de trinta anos de poesia. Neste livro Gullar nos dá conta do caminho percorrido naqueles anos, os amigos perdidos, as portas que faltam, a diária redescoberta do corpo. É uma obra que marca, em definitivo, a passagem do escritor pelo pórtico da maturidade e a cristalização de seu estilo poético, de sua forma. Para Fausto Cunha, em Barulhos "temos uma arte trabalhada com rigor cada vez maior; o verso aspira à forma essencial, em que os claros correspondem à vibração das palavras e seu deslocamento no tempo rítmico. A forma para o texto de um poeta." De Ferreira Gullar pôde escrever Vinicius de Moraes que é o último grande poeta brasileiro. E é a última voz significativa da poesia, atalhou o nosso Pedro Dantas. Parece-me a mim, além disso, que, exceção feita de algumas peças de Mário de Andrade e também de Carlos Drummond de Andrade (mormente em Rosa do povo), é o nosso único poeta maior dos tempos de hoje. (...) e a surpresa diante desse descobrimento causal foi o começo de uma exploração sem pausa do universo de Ferreira Gullar. Hoje sinto-me tão familiarizado com todos os seus recantos que, para a singularidade e a importância de sua contribuição, só encontro de comparável, no Brasil, a prosa de Guimarães Rosa." Barulhos, que chega agora à quinta edição, prova que Ferreira Gullar permanece sendo o maior poeta de nosso tempo.