A afinidade entre a união dos corpos e a aliança dos desejos constitui o centro da ética cristã da sexualidade. O mistério cristão coincide aqui com as significações a que pode levar uma fenomenologia dos gestos de ternura. A atenção à linguagem do corpo prepara a compreensão da sexualidade como o lugar do dom recíproco. A arte e a poesia são de grande auxílio nesse ponto. As intuições propriamente cristãs articulam-se, pois, com as abordagens filosóficas e estéticas. A Escritura e alguns textos centrais do cristianismo figuram entre os principais promotores da aproximação entre sexualidade e amor que se revela como uma das características de nossa cultura. Centrada nessa perspectiva, a obra ousa enfrentar a questão da avaliação do laço normativo entre sexualidade e matrimônio, em uma perspectiva Atena às novas condutas, às significações intermediárias que elas podem tomar e às preocupações educativas. Contudo, sua intenção principal continua sendo a articulação da ética com uma antropologia fundamental, de que São Paulo tinha a intuição quando escreveu: "Vosso corpo é o Templo do Espírito Santo"