Não conheci James Joyce pessoalmente, mas conheci sua filha Lucia. Ela era ainda jovem e fui visitá-la num sanatório perto de Londres. Ela estava deitada, com os olhos abertos, olhando o teto: “I have never seen a star in the sky”, ela me disse, “Do you know why? No clouds but no stars as well” (o inglês dela não era muito bom, nem o meu, pelo menos foi o que a minha amiga Luci me disse). “É assim mesmo”, eu disse. Ela ficou em silêncio e aproveitei para me apresentar como estudiosa e tradutora da obra do seu pai. Na verdade, o que eu queria é que ela me contasse dos anos de Finnegans wake [...]. *** Conheci a escritora numa oficina de produção de laticínios em Gruyères, na Suíça. Logo percebi que se tratava de pessoa sensível e com enorme talento para a seleção de vacas leiteiras e bezerros necessários à fabricação do queijo gruyère.