Um racismo muito particular marca o Brasil: negado publicamente, praticado na intimidade. Das origens coloniais do país aos dias de hoje, este ensaio nos mostra que, por trás do mito da convivência pacífica e da exaltação da miscigenação, na prática,Em "Nem Preto Nem Branco, Muito pelo Contrário", a antropóloga Lilia Moritz Schwarcz revela um país marcado por um tipo de racismo muito peculiar - negado publicamente, praticado na intimidade. Para isso, volta às origens de um Brasil recém-descoberto e apresenta ao leitor os primeiros relatos dos viajantes e as principais teorias a respeito dos "bárbaros gentis", teorias estas fundamentais para o leitor moderno entender a complexidade de uma nação miscigenada e com tantas nuances. A autora transita desde os modelos deterministas raciais de finais do XIX, às teorias de branqueamento do início do século XX, e pelas ideias da mestiçagem dos anos 1930, entre outras. Com um texto engenhoso e claro, este ensaio, mais do que propor análises conclusivas, convida o leitor para uma grande reflexão sobre a questão racial no país.