Satiríase é uma observação do cenário político-econômico e, por que não, sexual do Brasil, abrangendo o período das manifestações de nível nacional, ocorridas desde 2013 até hoje.Seus versos acres, que parecem uma vulva molhada, descrevem a pouca vergonha, a obscenidade e a putaria que correm soltas no meio político do país, e a crise de valores que permeia o Estado. E como nos sentimos todos fodidos (quase literalmente falando) por essa realidade! Esse contexto sadomasoquista, no qual o trabalhador sua para manter Brasília, por meio de quatro meses (ou mais) de seu salário tendo que pagar impostos, faz de Satiríase um livro pornôpolítico. Satiríase nada tem de frívolo ou superficial. Apesar de áspero e desbocado, costura nas entrelinhas uma delação não premiada, humor sarcástico e viril que deflagra, de forma crua e nua, a realidade materialista e corrupta. É um retrato do cenário atual de desordem e baderna: o bacanal das contas públicas. Assim se perfaz a ligação que confunde poemas de caráter lúbrico e de matéria sociopolítica. (Lembrando que ligação em espanhol significa relação sexual) O objetivo aqui é chocar, fazer refletir e clamar os valores positivos de ordem e progresso que devem reger a Nação. Escrachado e extravagante, Satiríase denuncia o declínio político e moral do Governo.