Esta obra narra o belo das cosmogonias de Áfricas, das convivências sagrado/profanas de povos que consolidaram experiências como afirmação do coletivo, de origens de tradições orais que, a despeito de todas as colonizações, se mantêm íntegras em narrativas de Tierno Bokar, Hampaté Bá e Fu-Kiau. Alberto nos escreve sobre árvores do esquecimento, mas nos sussurra a poética memória de velhas negras que mantém uma pedagogia subterrânea nos terreiros sagrados de nossa terra, mesmo que queimados em gesto de intolerância religiosa. Fala das políticas de estado voltadas para o branqueamento da sociedade brasileira, mas nos contrasta com o TEN Teatro Experimental do Negro, e de Abdias Nascimento. Fala de casa grande e senzala, mas nos poeta Palmares e Zumbi. E nos apresenta a docilização permanente, proporcionada por uma escolarização idealizada por uma cultura colonialista, mas, com a mansidão de uma amorosidade de quem sabe exatamente do que está falando, nos presenteia com o sutil encantamento das mais belas vozes da resistência.