Adesão a qualquer tratamento é uma tarefa complexa e artesanal. Em se tratando de doenças estigmatizadas socialmente, como aids e tuberculose, o trabalho é ainda maior. Se o paciente, além disso, fizer uso de drogas... a complicação aumenta. Este livro traz o resumo adaptado da tese de doutorado intitulada A adesão ao tratamento por pacientes com aids, tuberculose e usuários de drogas, defendida em 2006 na Faculdade de Saúde Pública da USP, Departamento de Epidemiologia. O estudo foi realizado em São Paulo em quatro instituições públicas de atendimento a aids com grande prevalência de pacientes com co-infecção aids-tuberculose e grande número de usuários de drogas. Foi utilizada a metodologia qualitativa Rapid Assessment, Response and Evaluation (Acesso Rápido e Pronta Resposta - RARE), em que existe o compromisso dos resultados serem apresentados aos gestores, para elaboração ou reformulação de políticas públicas. A estratégia de Redução de Danos parte integrante da Política Nacional Sobre Drogas, é sugerida como opção para tratamento aos pacientes com "triplo estigma". Os resultados foram apresentados em cada um dos serviços participantes, nas Secretarias Municipal e Estadual de Saúde e no Ministério da Saúde. As Best Practices foram incentivadas e foram realizadas sugestões para melhoria na comunicação entre setores e serviços e Vigilância Epidemiológica. É uma contribuição inicial para reflexão no país que é referência internacional no enfrentamento da epidemia de aids e tem o Sistema Único de Saúde como diretriz.