Virgílio é um engenheiro carioca, entediado, taciturno, que nunca amou ninguém e tem na restauração das antigas fazendas de café a sua única paixão. Prestes a adquirir mais um imóvel para ser restaurado, ele se depara com um quadro cuja figura, até então sem nome, lhe assombrava em sonho: Olympia, filha de um barão, em um quadro do século XIX. O olhar azulado da moça o atrai de uma maneira obsessiva e, aos poucos, ele se envolve numa trama cada vez mais absurda, com joias misteriosas e uma inusitada carta. Ao tentar descobrir o que as linhas amareladas escondem, Virgílio se encontra em um emaranhado de artimanhas e chantagens, amor e ódio, onde o ontem e o amanhã se confundem durante um cruzeiro pelo Atlântico no ano de 1873 e o poder da luz sobre as sombras surge nos lugares, nas pessoas e nas atitudes mais improváveis.