A constância é uma virtude de alicerces. Não tem a sedução do fruto que se colhe, mas tem a garantia da planta que se rega e a solidez do edifício que, antes de subir, tem que descer. Elogia-se a constância na vida dos negócios, na montagem de uma empresa, na construção de uma carreira política. Não se conhece a constância na construção da própria vida, na procura da verdade, na dedicação à família, nos ideais de serviço. Rafael Llano Cifuentes, Capelão da Pastoral Universitária do Rio de Janeiro, toca a raiz desta virtude varonil que, no final da contas, é a tradução daquele quem perseverar até o fim será salvo, de que fala o Evangelho. Exemplifica os campos, aponta os obstáculos e indica os meios. As vidas truncadas ou ao menos hesitantes e inseguras não têm muitas vezes outra explicação que a carência desta qualidade humana e espiritual, que se forja à custa de negar-se ao epidérmico para teimosamente fixar-se num ideal de compromisso. Não valia a pena o projeto de vida? Não falhou antes a virtude da constância? São interrogações sérias, a que se tem de responder em qualquer fase da vida. Mas o segredo desta faceta do caráter, imprescindível para o seguimento de Cristo e para a nobre realização humana, só pode ser achado no empenho perseverante e obscuro e assim não há tautologia que resultam da confiança e do amor. Os passos serão custos talvez, mas a andadura levará longe.